Cães e crianças: 7 formas de garantir a boa convivência
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O seu filho está há meses a implorar-lhe para adotarem um cão? Se hesita em fazer-lhe a vontade, é perfeitamente normal. Afinal, um cão não é um brinquedo, mas sim uma fonte de trabalhos e responsabilidades. Por outro lado, pode ser uma decisão com muitos benefícios e que trará felicidade futura no seio da família.
Por que adotar um cão pode ser benéfico para as crianças
Em dois estudos de grandes dimensões, levados a cabo pela Universidade da Austrália Ocidental, que incidiram em mais de 5000 crianças, entre os 2 e os 7 anos, verificou-se que crianças inseridas em famílias com cães tinham menos problemas com colegas e um comportamento mais sociável, dormiam mais horas e passavam menos horas em frente a ecrãs.
Noutro estudo posterior, quando se observava o envolvimento das crianças em atividades físicas com os cães, estas apresentavam um melhor desenvolvimento.
Associados aos benefícios comprovados da interação entre crianças e cães, há os riscos decorrentes de nunca podermos prever a 100% a reação de um cão – porque são animais e não podemos esperar que ajam de forma previsível e racional. Por esse motivo, partilhamos algumas dicas para tornar seguro o convívio entre ambos.
Melhorar a convivência entre cães e crianças – 7 dicas a ter em conta
1. Ponderar qual o tipo de cão que encaixa com o perfil da família
A raça, o porte e as caraterísticas físicas do animal devem influenciar a sua escolha. Cães de porte grande e raças mais agitadas precisam de espaço, de contrário poderão tornar-se agressivos, daí que não sejam aconselhados a coabitar em apartamentos pequenos. Assim, como cães de guarda ou cães que ladram de mais podem não ser os mais apropriados para conviver com crianças.
Algumas das raças recomendadas para crianças: Bichon, Pug, Yorkshire Terrier, Bulldog Francês, Beagle, Cocker, Labrador e Golden Retriever (a personalidade leal, afável e sensível destes cães torna-nos ideias para lidar com crianças).
2. Cuidar das necessidades do cão
Antes de trazer o animal para o convívio com o seu filho, leve-o ao veterinário, certifique-se que está desparasitado e com as vacinas em dia. Atente à saúde e à higiene do seu pet para que não haja contaminações ou proliferações de pulgas. O cuidado deverá ser redobrado se tem crianças em casa com menos de 5 anos, ainda com o seu sistema imunitário a desenvolver-se. Alguns conselhos:
- Manter gaiolas, casotas, camas, taças de alimentação e brinquedos limpos;
- Banhá-los com frequência;
- Envolver as crianças em todos estes cuidados.
Os cães gostam também de tranquilidade e sossego, por isso é recomendado separar na casa uma área exclusiva para eles, destinada ao descanso e à alimentação.
3. Dividir as tarefas e os cuidados com as crianças
Inserir a criança na rotina de cuidados do animal de estimação, como alimentá-lo, trocar a água, escová-lo, passeá-lo e manter o espaço dele limpo, vai ensiná-la que um cão é um ser que precisa de cuidados e atenção, e não apenas um companheiro de brincadeiras. Amar é também cuidar, uma lição de empatia e compromisso muito importante para os mais pequenos.
4. Treinar o cão
Ainda há quem questione se vale realmente a pena treinar os cães. Claro que sim! Os cães precisam de regras e limites. Investirmos tempo num treinamento básico – como ensinar a sentar, passear com coleira, permanecer quieto e avançar conforme comando – vai ajudar à sua integração no seio da família.
Para uma boa convivência entre crianças e cães, é fundamento adestrar e socializá-los desde cedo. Os cachorros bebés devem ser desincentivados a saltar, mordiscar e ladrar em excesso de forma a prevenir situações desagradáveis no futuro.
5. E treinar as crianças!
As crianças também precisam conhecer os limites dos cães. Nenhum cão gosta de ser apertado com demasiado força, incomodado enquanto está a comer ou interrompido no seu sono. Elas precisam a pouco e pouco ganhar consciência que há brincadeiras que não devem fazer, como puxar as orelhas ou as caudas dos cães, ou tirar-lhes os brinquedos. Será também uma boa ideia ensinar a criança desde cedo a mandar o cão sentar, assim ela também será respeitada.
6. Supervisionar as brincadeiras das crianças com os cães
É indispensável supervisionar o contacto entre cães e crianças numa fase inicial. Muitos cães ficam agitados com os gritos das crianças e reagem de forma mais agressiva a certas brincadeiras. Pelo menos até que se habituem ao outro, deve-se manter o olho na interação entre ambos.
Os especialistas afirmam que crianças mais crescidas, a partir dos quatro anos de idade, podem permanecer sozinhas com os cães, ainda assim, todo o cuidado é pouco e é recomendada vigilância constante.
7. Respeitar o sono do cão e lidar com excesso de latidos
Conhecer os hábitos dos nossos companheiros peludos ajuda-nos não só a compreendê-los, mas também a lidar melhor com eles. Devemos saber que os cães não gostam de ser acordados, independentemente de quem for, isto porque eles possuem um relógio biológico muito bem cronometrado e têm uma hora certa para dormir.
Além disso, o ditado “cão que ladra não morde” não deve ser levado à letra. Se ladra é porque está preparado para morder alguém. Não é por maldade ou perversidade, é uma forma de defesa a uma situação para nós inofensiva, para ele stressante e potenciadora de perigo. Quando ele ladrar em brincadeira com o seu filho, procure saber com urgência o que se passa.
Eduque o cão, proteja o seu filho
Atentar a estas cuidados já vai ter um grande impacto na harmonia da sua casa, mas, com todos os desafios que implica treinar um cão e compreender as suas necessidades, há muito mais a aprender. Tenha acesso a outros conteúdos que podem ajudá-lo nesta tarefa, entre eles as 10 perguntas a ter em conta antes de decidir ter um cão.
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